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  1. O importante é que emoções eu vivi – Posse na AVL

    segunda-feira, 31 de outubro de 2011

    Niza Diniz
    Patrono: Aluízio Azevedo


    “Quando eu estou aqui eu vivo esse momento lindo. Olhando pra você e as mesmas emoções sentindo...” Roberto Carlos
    As palavras acima traduzem o sentimento que envolveu as pessoas presentes no Salão Nobre da Academia Valadarense de Letras por ocasião da posse dos novos cinco acadêmicos, no dia 19 de outubro.
    Com um cerimonial elegante elaborado e apresentado pela Secretária da Instituição Ruth Soares, o clima foi de alegria e diríamos de encantamento.
    O início deu-se com a declamação da poesia “Valadares” pelo aluno Lucas Gomes Silveira.
    Os empossados trouxeram inovações em suas apresentações. Crisolino Ferreira ao falar sobre seu patrono, Jorge Amado, ressaltou sua militância política e a importância de suas obras nas literaturas brasileira e universal. Esclareceu ainda, que o autor apesar de ser comunista, manifesta em suas obras profundo misticismo.
    Maria Luiza Camargo, com uma apresentação poética sobre seu patrono enfatizou a coincidência das datas do seu nascimento e de seu patrono Rui Barbosa; Lembrou a formação cultural de Rui Barbosa, sua excepcional inteligência e o seu trabalho como político no início da República Velha.
    Aluízio Franklin, além da apresentação de seu patrono Machado de Assis, expressou a admiração pelo trabalho social que é desenvolvido pela AVL junto à comunidade, principalmente nas escolas e nos presídios desta cidade.
    Maristela Aubin inovou ao apresentar seu patrono em versos; deleitou-nos também cantando o Hino de Valadares.
    José Altino Machado conheceu pessoalmente Rachel de Queiroz e emocionado disse que era a autora preferida de sua mãe Dona Aurita Machado; por isso tem o privilegio de ocupar a cadeira dessa escritora.
    O acadêmico veterano Álvaro César em seu discurso de saudação aos novos acadêmicos, convoca-os a se espelharem nos personagens da Távola Redonda do Rei Arthur, quando a união e a lealdade são bases sólidas para o engrandecimento de uma sociedade.
    A nossa presidente Maria Cinira, discorreu com propriedade sobre as origens das Academias, a necessidade de integração da AVL com a Cultura da cidade, não somente nos salões elegantes; mas principalmente junto àqueles que precisam de nossa ajuda. Expressou que é imprescindível abrigar neste colegiado não somente literatos, mas outras pessoas de todo o conhecimento humano. Afirmou que: “A Academia somos nós. Ela é a vestal, guardiã do fogo sagrado da Cultura e do Saber.”.
    Não poderíamos deixar de destacar a presença emocionada da acadêmica, professora Antonia Izanira de Carvalho diante da beleza da festa de uma Instituição que ela viu nascer.
    Um dos momentos mais solenes e de grande responsabilidade foi o instante em que os empossados prestaram juramento à bandeira da AVL. Um comprometimento com a Instituição que os recebia.
    Nessa solenidade, contamos com a presença de autoridades culturais da cidade e da honrosa presença da prefeita municipal sra. Eliza Costa.
    A noite de 19 de outubro jamais sairá da memória dos acadêmicos. O clímax aconteceu ao final, quando os novos acadêmicos foram aclamados pelos presentes ao som da música “Emoções”, debaixo de uma chuva de prata. Realmente, os acontecimentos se eternizam quando passam pelo coração.


  2. Até o século V os mosteiros tinham, além da incumbência religiosa a função de serem guardiões do saber: viver e transmitir cultura. Junto aos textos sagrados difundiam-se os romances épicos gregos, traduzidos para o latim pelos monges. A literatura clássica grega de Ésquilo, Sófocles, Eurípedes, as comédias de Aristófanes com seus enredos cheios de aventuras, os alicerces da filosofia, construídos por Sócrates e Platão, eram muito apreciados como literatura profana.
    A partir dos relatos heróicos das primeiras cruzadas, os temas passaram a ser adaptados, dando origem à literatura que contava os feitos maravilhosos dos cavaleiros cristãos para a população do mundo então conhecido. A partir dessa data, os escritores elegem o que consideravam significativo no momento histórico e cultural que vivenciavam, fornecendo dados para a sociedade.
    Textos de livros conseguem integrar a estrutura intelectual dos grupos sociais; porque são considerados símbolos de liberdade, conseguida através de conquistas culturais; por isso, o escritor deve colocar-se a serviço da coletividade, semeando palavras, sugerindo revelações memorialistas, estreitando laços fraternos entre os que compõem a sociedade coletiva. Através da literatura, é possível levar sonhos e esperanças para a sociedade, e ela expressará seus sentimentos ao mundo.
    A literatura é eterna e não tem fronteiras. Com ela, somos capazes de organizar nosso conhecimento, saber o que se passou na antiguidade, absorver o conhecimento grego, as leis romanas, o código de Hamurabi, o Direito escrito, as noções de medicina dos sábios orientais.
    Homens e mulheres de letras, devem levar cultura às cidades onde existem pessoas que nunca foram ao cinema, ao teatro, nunca ouviram um concerto, nunca recitaram nem ouviram um poema, não sabem o que é uma ópera. Estas cidades existem e não são burgos perdidos no sertão do nordeste ou na Amazônia. São áreas do mundo onde assistimos a história mover-se, sacudindo séculos de tradição, de costumes, de vida e de inércia. Mas aí, nestas cidades, devem existir algumas poucas pessoas que lêem. O livro tem esta capacidade de chegar aos rincões mais distantes e fazer pessoas felizes.
    Os que escrevem inventaram a ficção para poder viver as muitas vidas que gostariam de ter. Sem a ficção, o homem seria menos consciente da importância da liberdade. A leitura é a coisa mais importante que acontece ao homem, ela é capaz de nos alegrar, causar sofrimento, surpreender e abrir horizontes além de unir as pessoas, independente de fronteiras sociais, nacionais, costumes e questões religiosas.
    Prezados confrades, acadêmicos que conosco se abrigarão sobre o pavilhão azul, dessa casa de cultura, com prazer e honra eu os abraço e parabenizo pela conquista. Vocês foram os escolhidos entre um grupo, pelo seu talento literário e mérito pessoal. São pessoas de expressão dentro da comunidade e pelo seu caminhar, doravante devem levar o histórico desta casa ao local onde exercem liderança.
    Vamos conviver por muitos anos neste colegiado, tendo a ética como base, e elaborando um convívio sincero e leal. A lealdade é a essência das amizades profundas e duradouras.
    Ser acadêmico é uma honra para todos nós, mas só poderemos desfrutá-la através de nosso talento e do nosso trabalho pela cultura.
    A Academia, disse Vivaldi Moreira, Presidente da Academia Mineira de Letras, “é a sombra dos grandes homens” se formos grandes ela também o será.
    Amigos confrades, Bem vindos à Academia Valadarense de Letras! Não somos a Távola Redonda do Rei Artur, mas agiremos como o fossemos. Nossa luta porém, será pela cultura, pela ciência, pela língua e pela liberdade.
    Parabéns!
    Sejam bem vindos!

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