Neste número, estamos levando aos leitores, análises literárias de dois grandes nomes de nossa literatura: Monteiro Lobato e Machado de Assis, elaboradas pelos confrades da Academia Valadarense de Letras.
Tudo tem origem nos sonhos. Primeiro sonhamos, depois fazemos. Esta frase caracteriza a ideia progressista do escritor Monteiro Lobato, que pensava e sonhava um Brasil grande e independente economicamente da força das nações mais avançadas.
Autor de grande senso critico, cansado de ver acontecer as queimadas no mundo rural, escreveu um texto intitulado “Velha Praga” publicado no jornal O Estado de São Paulo, que entendeu ter o texto valor relevante, provocando polêmica, o que o estimulou a escrever “URUPÊS” e a criar seu famoso personagem Jeca Tatu.
Era um paulista de quatro costados, neto de um visconde, herdeiro de grandes extensões de terras que vendeu para dedicar-se à literatura e tornar-se empresário-editor, numa época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa.
Lobato, como pré-modernista, tinha duas características fundamentais: o regionalismo e a denúncia da realidade brasileira. Foi o escritor de nossos sonhos infantis, em que realidade e a fantasia estão lado a lado. Quem não sonhou com o Visconde de Sabugosa, a boneca Emília, Dr. Caramujo, a negra Anastácia, anjo de todos os que viviam no Sítio de D. Benta? Toda essa magia foi transportada de forma viva e alegre, para a capa da Revista Suindara, ilustrada com os personagens do Sitio do Pica-Pau Amarelo.
Machado de Assis, o gênio da Literatura Brasileira, é um escritor que disseca, com profundidade, a alma humana e a vivência do homem em sociedade. Descreve com clareza a maldade, o preconceito e a desconfiança; focaliza aquilo que o homem tem de pior na relação com o outro: a mesquinhez, a falsidade, o interesse pessoal e a bajulação.
Machado de Assis, o mulato pobre que transformou-se em cidadão do mundo, é hoje, o mais citado e o mais trabalhado autor brasileiro em dissertações de mestrado e teses de doutorado, não só no Brasil como em outros países.
Esta edição servirá de pesquisa para os que se interessam por Literatura e ainda nos levará a refletir sobre o Natal.
Crisolino Ferreira da Costa Filho
Patrono: Jorge Amado