(Palavras da Presidente Ruth Soares por ocasião de entrega da sede da AVL pelo Sr. Prefeito Municipal, Dr. José Bonifácio Mourão, Gov. Valadares – em 29 de janeiro de 2008)
Há momentos de festa que são também momentos de gratidão e de lembranças. E esta data: de 29 de janeiro de 2008 ficará para sempre nos anais da Academia Valadarense de Letras.
Foram muitos anos de um sonho acalentado; sonho que se unindo a outros sonhos se tornou realidade: a sede da Academia Valadarense de Letras que faz parte de um complexo cultural, dividindo espaço com a Biblioteca Municipal Prof. Paulo Zappi.
No dia 09 de agosto de 1975, sob o signo da Fênix e com a divisa: Renascer para Ser, foi fundada a Academia Valadarense de Letras.
A idéia brotou do cérebro inquieto e engenhoso do Dr. Talmir Canuto Costa. Seu berço foi a UTEC (Universidade Tecnológica), hoje UNIVALE, grandiosa universidade, acampada às margens das águas cantantes do Rio Doce, à sombra da bela ”Serra Negra” – Ibituruna! Seu orientador foi o professor Oscar Mendes Guimarães, mente privilegiada, de vasto saber humanístico e membro da Academia Mineira de Letras. Para liderar o movimento, dar corpo à AVL que nascia foi escolhida como presidente-fundadora, a professora Antônia Izanira Lopes de Carvalho.
Foi um trabalho árduo, mas a professora Izanira tinha fôlego para enfrentar as dificuldades. Arregaçou as mangas e iniciou a tarefa. No dia 09 de agosto de 1975, estava fundada a AVL tomando posse 13 membros em uma sessão solene. Era o início da caminhada. A professora Izanira é a fundadora da AVL e o grande esteio da Instituição.
Em 1977, a AVL foi considerada de utilidade publica pela Lei 2.308 de 17 de agosto.
Desde então, a academia segue em busca da sua sede. Vem enfrentando percalços de toda a sorte. Muitos vieram e muitos desanimaram e partiram. A travessia é difícil e demanda perseverança, coragem e disponibilidade. Às vezes sacrifício.
Em 2002, sendo presidente o acadêmico Dilermando Dias Miranda, a AVL aceitou o compromisso de assumir o comando e o acompanhamento dos trabalhos de demolição e construção do complexo cultural que abrigaria a biblioteca municipal Paulo Zappi e a AVL. O convite partiu do então secretário municipal de cultura Sr. Fábio Brasileiro a quem agradecemos nesse momento.
Em 2003, a presidente Ruth Soares, em solenidade no Teatro Atiaia assinava o protocolo de cooperação técnica celebrada entre a Prefeitura Municipal de Governador Valadares e a AVL – com a presença dos colaboradores para o início das obras: TIM e USIMINAS. O projeto recebeu o nome de “Revitalização Biblioteca Municipal”. Era prefeito o saudoso professor João Domingos Fassarela cuja memória reverenciamos agradecidos.
A esperança começava novamente a brilhar em cada coração. Hoje recebemos das mãos do Sr. Prefeito Municipal, Dr. José Bonifácio Mourão a primeira parte concluída e lhe agradecemos de publico o empenho para que houvesse esse hoje. Obrigada, Sr. Prefeito. Agradecemos também ao ex secretário de cultura Dr. Marcos Sampaio pelo apoio que nos deu e o esforço para que tudo desse certo. Ainda há muito trabalho pela frente, mas, acreditamos que ainda em 2008 teremos o prazer de inaugurar a sede da Biblioteca Municipal Paulo Zappi. Esse complexo cultural será um marco grandioso para a cultura valadarense.
Nesse momento, não poderia deixar de mencionar a figura alegre, firme e comprometida com o que faz nosso atual secretário de cultura Sr. Edmílson Soares. Tomou o leme e com firmeza vem conduzindo o barco, vivendo o provérbio: “não deixe para amanha o que pode fazer hoje”. Ele vive o aqui e agora com a intensidade daqueles que sabem o que devem fazer.
A todos os que nos vêm apoiando, acreditando na cultura, e apostando nela, nossos agradecimentos.
A AVL vem disposta a lutar e a vencer as dificuldades. Já passou por avanços e recuos em sua caminhada. Mas, acreditando, suportou as intempéries da travessia. E aqui estamos – os acadêmicos unidos, prontos para continuar sob o olhar penetrante da Fênix, símbolo da perseverança – renascendo para ser. Poderíamos dizer como o governador Ademar de Barros; vamos! “Fé em Deus e pé na tábua!”.
A Academia será sempre fonte de estimulo à cultura e à conservação dos padrões culturais contra a traça das inovações. Cabe a ela o múnus – como disse Rodrigues Crespo – da distribuição de láureas àqueles que mais contribuem e contribuíram para o primado do espírito.
Todos sabem da importância de uma Academia de Letras. Ela é a Vestal da Cultura. Os que desejam dominar, lutam para desmerecê-la porque ela aponta os caminhos para a liberdade. Dificultam, então suas manifestações e ridicularizam seus arautos. Nós, acadêmicos, estamos conscientes de nossas responsabilidades no campo cultural. Como o deus mitológico Juno, dotado de saber e prudência, a AVL tem dupla face: a qye olha o passado e o reverencia guardando suas tradições para nelas se espelhar-se outra que olha para o futuro, o caminho a percorrer, os anseios a realizar. Estamos prontos para continuar, construindo pontes e ultrapassando obstáculos. Por isso, queremos uma academia atuante para o crescimento intelectual e o desenvolvimento dessa terra.
Muito Obrigada!