(Publicado na Revista Suindara nº 10 - 2008)
O Novo Rei Artur
Waldir Carlos Pereira
Patrono: José Cândido de Carvalho
Acima das águas revoltas do Mar de Collibe, um pedaço encantado da sombria Inglaterra, vivia o lendário Rei Artur. Do seu castelo Camelot, via descortinar ao longe o mar, semelhante a uma mancha azul entornada na face da terra. Esse castelo, com suas ameias, barbacã e fosso, seus postigos e alçapões ferrados, já não existe mais. Os cento e cinqüenta fiéis cavaleiros da Távola Redonda também evolaram-se em lendas.
Os homens se repetem nos homens, no século XVIII, Alexandre, o grande, reapareceu em Napoleão. E agora, muitos séculos depois, o lendário Rei Arthur da Távola Redonda ressurge em Artur da Távola, o notável apresentador de televisão e político brasileiro.
Mesmo despido na medieval armadura, o lutador é o mesmo. Sua Távola, cuja forma, redonda, simbolizava a democracia, continua redonda. Nela prevalece a igualdade. O que mudou no poderoso rei foi a arma. Antes de empreender essa longa viagem pelos séculos, o mágico Merlin voltou com ele ao misterioso lago Avalon e fé-lo devolver a espada Excalibur àquela mão misteriosa de quem a recebera.
Sua arma agora é a palavra. Com ela trava os embates. Os golpes não são mais perfurantes ou contundentes. São sonoros ou gráficos. O novo Rei Artur é incomparável no manejo dessa arma. Nele, a palavra é fácil e cintilante. A frase é harmoniosa, magnífica, escorreita. Em seu discurso, as figuras se multiplicam e criam novas cores enriquecendo ainda mais o significado. A voz, cheia e forte, ora se ergue num ímpeto, ora desce acompanhando a ondulação do período, fazendo vibrar a quem o assiste ou lê. A gesticulação, estudada e precisa, complementa a palavra. Por trás dos óculos, os grandes olhos fixos faíscam como os de um felino selvagem que se sentisse ameaçado. Isto tudo sem contar a eloqüência incomparável das mãos, com uma harmonia, um ritmo, uma agilidade sem igual.
Agora não mais agravos a reparar ou justiça a ser ministrada. Os enfrentamentos têm por escopo ativar a sensibilidade, iluminar os espíritos, principalmente aqueles banidos de oportunidades. Seu deslocamento é mágico e sua simpática figura multiplica-se em milhões. Nada o detém. Está em toda parte. Consigo traz sempre a luz que ilumina, a fé que converte, a paz que alegra, a esperança que anima e a felicidade que ajuda viver.
Este é o novo Rei Artur.
Waldir Carlos Pereira
Patrono: José Cândido de Carvalho
Acima das águas revoltas do Mar de Collibe, um pedaço encantado da sombria Inglaterra, vivia o lendário Rei Artur. Do seu castelo Camelot, via descortinar ao longe o mar, semelhante a uma mancha azul entornada na face da terra. Esse castelo, com suas ameias, barbacã e fosso, seus postigos e alçapões ferrados, já não existe mais. Os cento e cinqüenta fiéis cavaleiros da Távola Redonda também evolaram-se em lendas.
Os homens se repetem nos homens, no século XVIII, Alexandre, o grande, reapareceu em Napoleão. E agora, muitos séculos depois, o lendário Rei Arthur da Távola Redonda ressurge em Artur da Távola, o notável apresentador de televisão e político brasileiro.
Mesmo despido na medieval armadura, o lutador é o mesmo. Sua Távola, cuja forma, redonda, simbolizava a democracia, continua redonda. Nela prevalece a igualdade. O que mudou no poderoso rei foi a arma. Antes de empreender essa longa viagem pelos séculos, o mágico Merlin voltou com ele ao misterioso lago Avalon e fé-lo devolver a espada Excalibur àquela mão misteriosa de quem a recebera.
Sua arma agora é a palavra. Com ela trava os embates. Os golpes não são mais perfurantes ou contundentes. São sonoros ou gráficos. O novo Rei Artur é incomparável no manejo dessa arma. Nele, a palavra é fácil e cintilante. A frase é harmoniosa, magnífica, escorreita. Em seu discurso, as figuras se multiplicam e criam novas cores enriquecendo ainda mais o significado. A voz, cheia e forte, ora se ergue num ímpeto, ora desce acompanhando a ondulação do período, fazendo vibrar a quem o assiste ou lê. A gesticulação, estudada e precisa, complementa a palavra. Por trás dos óculos, os grandes olhos fixos faíscam como os de um felino selvagem que se sentisse ameaçado. Isto tudo sem contar a eloqüência incomparável das mãos, com uma harmonia, um ritmo, uma agilidade sem igual.
Agora não mais agravos a reparar ou justiça a ser ministrada. Os enfrentamentos têm por escopo ativar a sensibilidade, iluminar os espíritos, principalmente aqueles banidos de oportunidades. Seu deslocamento é mágico e sua simpática figura multiplica-se em milhões. Nada o detém. Está em toda parte. Consigo traz sempre a luz que ilumina, a fé que converte, a paz que alegra, a esperança que anima e a felicidade que ajuda viver.
Este é o novo Rei Artur.
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