Maria Cinira dos Santos
Netto
Patrono: Euclides da
Cunha
Estamos longe de exercer a
cidadania como a exercem os cidadãos de primeiro mundo. Para que isso aconteça,
é necessário comprovar para nossos políticos que não somos tolos e que nossa
memória está atenta aos fatos. Estamos cansados de propagandas enganosas,
promessas que têm como única finalidade, ganhar voto dos incautos; aguardamos
propostas de quem realmente conhece a administração pública e tenha como
objetivo de governo, oferecer solução para nossos problemas.
Neste período eleitoral, os
candidatos se apoderam de nossos melhores sonhos e esperanças, enviando-nos mensagens
de otimismo, mostrando objetivos, que se perseguidos e alcançados, trarão
prosperidade para a população. Entretanto, não temos dúvidas de que esses
objetivos serão abandonados, tão logo cheguem ao poder. Poder que inebria e
vicia e, quando as metas pessoais são conseguidas, imediatamente os objetivos
comuns, entre o candidato e o povo, são esquecidos. Tudo se torna difícil para
seus eleitores, até uma entrevista pessoal. Seus olhos voltam-se tão somente
para suas ambições pessoais, mesmo diante do peso da responsabilidade que o
aguarda e dos sonhos que construiu na vida de cada um daqueles munícipes que
lhe deram o poder.
É utopia esperar que pratiquem
condignamente seu dever para com os cidadãos que os elegeram e que tenham
consideração com aqueles que o honraram com seu voto.
Na verdade, no panorama atual que
vivenciamos, não saberemos de quem cobrar após a proclamação do resultado final
das eleições. Ao candidato ou àqueles que se colocam atrás de sua figura como
se fossem uma sombra? Em determinados momentos ficamos em dúvida, sem saber
quem é o candidato a prefeito: às sombras ou aquele que se propõe a governar a
cidade?
Será difícil para nós neste
momento, encarar aquele que se oferece para ser o nosso líder, quando no futuro
precisaremos obter autorização das suas sombras e não do candidato que
elegemos. Precisamos ter certeza, antes de formalizarmos nossos votos, se a
mensagem que recebemos é o pensamento do candidato ou de suas sombras? Haverá
coerência entre suas palavras e as ações que o tornaram fonte de inspiração da
população? Esse é o lado cruel da realidade e da convicção que estamos vivendo:
a liderança está nas sombras, não nos candidatos.
Para um gestor, os desafios são
grandes, mas é preciso ir em busca da força e da eficiência de seus auxiliares.
Saber compor uma equipe é o
primeiro gesto de sabedoria de um líder; colegas e confrades sem postura, sem
conhecimento e sem experiência, levam uma administração ao caos. Bons exemplos
administrativos têm demonstrado que mesmo com recursos escassos, uma
administração, com um líder empreendedor e competente, consegue atender às
necessidades das pessoas com dignidade, visto que, numa administração exitosa,
não pode faltar a força laboriosa daqueles que compõem um governo, daqueles que
estão ali por vocação, e não por ambição pessoal.
Empreendedorismo é um ato
corriqueiro e necessário na personalidade de um gestor, pois desperta a
necessidade de ir em busca da produtividade e da eficiência. Temos conosco a
certeza atávica de que, a eleição atual repercutirá na história de nossa
cidade. Nesta eleição estamos vivendo o momento pleno da democracia e da
gratidão, sem dúvida, um grande avanço a ser comemorado.
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