Publicado no quadro Política/Opinião do Jornal Diário do Rio Doce em 17 de agosto de 2011.
Niza Diniz - Patrono: Aluísio de Azevedo
Quando o Brasil vivia a efervescência da Campanha Abolicionista, em 1890, o notável escritor, Aluísio de Azevedo lança um dos maiores clássicos da literatura brasileira: o romance naturalista, O Cortiço.
O autor trazia da infância o trauma de ser filho de pais amancebados, motivo pelo qual sofria rejeição na escola; cresceu ouvindo comentários maliciosos sobre seus pais, pela tradicional sociedade maranhense.
Tornou-se crítico impiedoso da sociedade brasileira e de suas s instituições como o clero, a burguesia e a monarquia; aborda em suas obras temas em defesa das classes humildes e marginalizadas, usando de vigorosa análise social, baseando-se na observação fiel da realidade.
Na elaboração deste romance, Aluisio visitou várias habitações coletivas, sentiu-lhes o cheiro, interrogou lavadeiras, viu-lhes a promiscuidade, a sujeira, a podridão. Influenciado por Taine, o autor defende que o destino do indivíduo é determinado pelo ambiente, momento e pela raça. Também a influência de Darwin se enfatiza neste romance, segundo a qual o homem sendo um animal, deixa-se levar pelos instintos naturais, não podendo ser reprimido em suas manifestações como o erotismo, a violência, o ódio. Reduzindo as criaturas a animais movidos pela fome e pelo instinto, usa expressões como: “Ela era a cobra traiçoeira” ou, “sacudia as ancas”, se referindo à mulher.
A obra, de recorte sociológico, conta a história envolvente e sombria de uma população de proletariados da sociedade carioca, do século XIX, o dia a dia de um cortiço.
Ampla galeria de tipos humanos desfila pelas páginas do romance: lavadeiras, mascates, prostitutas e operários. ”Como larvas no esterco... é assim que vivem os personagens do cortiço, um quadro de miséria a que eram submetidos o negro e o mulato explorados pelo ambicioso português João Romão, que chegou ao Brasil com a intenção de ficar rico, como procedia a maioria dos europeus daquela época. O romance conta na realidade o nascimento, a vida e a morte de um cortiço. Ele é o grande personagem: “Às cinco horas o cortiço acordava, abrindo não os olhos, mas a infinidade de portas e janelas”. Eram vários quartos de aluguel, sendo que a latrina ficava do lado de fora, bem como a bica de lavar rosto.
O português João Romão compra uma vendinha e se amiga com uma escrava foragida, que trabalha feito burro de carga para agradá-lo. João Romão falsifica uma Carta de Alforria e com as economias do trabalho da escrava puxa umas casinhas nos fundos da venda e assim, nasce O Cortiço, seu filão de ouro. Seu objetivo é alcançado: fica rico, explorando os brasileiros.
Depois da riqueza, almeja a ascensão social; pretende se casar com a filha de um aristrocata. Agora enfrenta um problema: como se livrar da negra e fétida Bertoleza? Traiçoeiramente a denuncia a seus legítimos donos, que buscam capturá-la, mas não conseguem. A negra aterrada com a presença dos guardas, usa a faca que escamava os peixes e rasga o próprio ventre.
A obra de Aluisio Azevedo, está a serviço do argumento de que a miséria torna o homem um verdadeiro animal. E faz refletir que no Brasil atual, ainda existem questões pertinentes com a mesma desigualdade social denunciada pelo autor.
Quando o Brasil vivia a efervescência da Campanha Abolicionista, em 1890, o notável escritor, Aluísio de Azevedo lança um dos maiores clássicos da literatura brasileira: o romance naturalista, O Cortiço.
O autor trazia da infância o trauma de ser filho de pais amancebados, motivo pelo qual sofria rejeição na escola; cresceu ouvindo comentários maliciosos sobre seus pais, pela tradicional sociedade maranhense.
Tornou-se crítico impiedoso da sociedade brasileira e de suas s instituições como o clero, a burguesia e a monarquia; aborda em suas obras temas em defesa das classes humildes e marginalizadas, usando de vigorosa análise social, baseando-se na observação fiel da realidade.
Na elaboração deste romance, Aluisio visitou várias habitações coletivas, sentiu-lhes o cheiro, interrogou lavadeiras, viu-lhes a promiscuidade, a sujeira, a podridão. Influenciado por Taine, o autor defende que o destino do indivíduo é determinado pelo ambiente, momento e pela raça. Também a influência de Darwin se enfatiza neste romance, segundo a qual o homem sendo um animal, deixa-se levar pelos instintos naturais, não podendo ser reprimido em suas manifestações como o erotismo, a violência, o ódio. Reduzindo as criaturas a animais movidos pela fome e pelo instinto, usa expressões como: “Ela era a cobra traiçoeira” ou, “sacudia as ancas”, se referindo à mulher.
A obra, de recorte sociológico, conta a história envolvente e sombria de uma população de proletariados da sociedade carioca, do século XIX, o dia a dia de um cortiço.
Ampla galeria de tipos humanos desfila pelas páginas do romance: lavadeiras, mascates, prostitutas e operários. ”Como larvas no esterco... é assim que vivem os personagens do cortiço, um quadro de miséria a que eram submetidos o negro e o mulato explorados pelo ambicioso português João Romão, que chegou ao Brasil com a intenção de ficar rico, como procedia a maioria dos europeus daquela época. O romance conta na realidade o nascimento, a vida e a morte de um cortiço. Ele é o grande personagem: “Às cinco horas o cortiço acordava, abrindo não os olhos, mas a infinidade de portas e janelas”. Eram vários quartos de aluguel, sendo que a latrina ficava do lado de fora, bem como a bica de lavar rosto.
O português João Romão compra uma vendinha e se amiga com uma escrava foragida, que trabalha feito burro de carga para agradá-lo. João Romão falsifica uma Carta de Alforria e com as economias do trabalho da escrava puxa umas casinhas nos fundos da venda e assim, nasce O Cortiço, seu filão de ouro. Seu objetivo é alcançado: fica rico, explorando os brasileiros.
Depois da riqueza, almeja a ascensão social; pretende se casar com a filha de um aristrocata. Agora enfrenta um problema: como se livrar da negra e fétida Bertoleza? Traiçoeiramente a denuncia a seus legítimos donos, que buscam capturá-la, mas não conseguem. A negra aterrada com a presença dos guardas, usa a faca que escamava os peixes e rasga o próprio ventre.
A obra de Aluisio Azevedo, está a serviço do argumento de que a miséria torna o homem um verdadeiro animal. E faz refletir que no Brasil atual, ainda existem questões pertinentes com a mesma desigualdade social denunciada pelo autor.
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